Produção industrial sobe 3,9% em 2021, mas se encontra 0,9% abaixo do patamar pré-pandemia

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A produção da indústria brasileira cresceu 3,9% em 2021 frente a 2020, segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada nesta quarta-feira (02) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O avanço de 2021 não chega a compensar, no entanto, a queda de 4,5% de 2020. É o primeiro ano de expansão após dois recuos seguidos (1,1% em 2019 e o de 4,5% em 2020). O setor se encontra 0,9% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, período pré-pandemia.

O desempenho reflete um ano de 2021 marcado por quedas da produção frente ao mês anterior em oito dos 12 meses do ano. As únicas exceções foram os meses de janeiro, maio, novembro e dezembro.

“É o primeiro resultado positivo depois de dois anos. Em 2019, o acumulado do ano foi de -1,1% e em 2020, de -4,5%. Em 2021, houve uma característica decrescente ao longo do ano, uma vez que houve ganho acumulado de 13,0% no primeiro semestre e, posteriormente, o setor industrial mostrou redução de fôlego. Os resultados positivos dos primeiros meses do ano tinham relação com uma base de comparação muito depreciada, já que em 2020 houve perdas bastante intensas para a indústria”, afirma o gerente da PIM-PF, André Macedo.

Se no primeiro semestre de 2021 houve ganho de 13% em relação a igual período de 2020, no segundo semestre o resultado acumulado foi de perda de 3,4%, já que o período de julho a dezembro de 2020 teve desempenho melhor e isso representou uma base de comparação mais elevada.

“Além disso, há os reflexos da pandemia no processo produtivo, como o encarecimento dos custos de produção e falta de matérias-primas, e também, pelo lado da demanda doméstica, inflação em patamares mais elevados e o mercado de trabalho que, embora tenha mostrado algum grau de recuperação, ainda é muito caracterizado pela precarização das condições de emprego, com pagamento de salários menores”, diz Macedo.

RESULTADO MENSAL

Em dezembro, o indicador teve alta de 2,9%, bem acima da mediana das estimativas de 36 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, de uma alta de 1,6%, livre dos efeitos sazonais. As projeções iam de queda de 0,7% a um aumento de 3,3%.

Na comparação com igual mês em 2020, a produção industrial caiu 5% em dezembro de 2021. Por essa base de comparação, a expectativa mediana do mercado era de que o indicador tivesse caído 5,8% conforme levantamento do Valor Data.

O IBGE revisou, ainda, o dado referente a novembro contra outubro, de -0,2% para estabilidade.

CATEGORIAS

Das quatro grandes categorias do setor industrial pesquisadas pelo IBGE, três tiveram alta na atividade em 2021, frente a 2020. O melhor desempenho foi dos bens de capital, com alta de 28,3% frente a 2020. Na passagem entre novembro e dezembro, houve alta de 4,4%. Na comparação com dezembro de 2020, a produção sobe 5,8%.

Já a produção de bens intermediários apresentou alta de 3,3% em 2021. Na passagem entre novembro e dezembro, a alta foi de 1,2%. Na comparação com dezembro de 2020, a atividade de bens intermediários recua 3,9% em dezembro de 2021. A categoria representa 55% da indústria.

A produção de bens duráveis, por sua vez, subiu 1,9% em 2021, frente a 2020. Em dezembro de 2021, o indicador teve alta de 6,9% frente a novembro e queda de 16,8% em relação a dezembro de 2020.

O resultado de bens semi e não duráveis foi o único negativo em 2021, com recuo de 0,5%. Em dezembro de 2021, houve alta de 1,5% frente novembro e queda de 7,1% em relação a dezembro de 2020.

Fonte: Aço Brasil