Produção industrial do Brasil cai 0,3% em agosto e contraria previsão

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A produção da indústria brasileira recuou 0,3% na passagem de julho para agosto, na série com ajustes sazonais, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ocorre após uma queda de 0,1% da produção em julho, frente a junho, pela série com ajuste sazonal – dado revisado de baixa de 0,2%. Em dois meses consecutivos de resultados negativos, o setor acumulou decréscimo de 0,4%.

A estimativa média de 31 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data era de crescimento de 0,4% da indústria no oitavo mês deste ano. As projeções iam de redução de 0,3% até alta de 0,9%.

Ante igual mês de 2017, contudo, a produção industrial cresceu 2%. Nessa base de comparação, a expectativa do mercado era de avanço de 3%.

Com o resultado, a indústria teve expansão de 2,5% no ano e 3,1% pelo acumulado em 12 meses.

Setores

A queda da produção industrial pelo segundo mês consecutivo foi disseminadas entre as atividades, mas influenciada especialmente pela indústria de petróleo.

A indústria extrativa — que inclui petróleo e minério de ferro — recuou 2% de julho para agosto, influenciada pelo desempenho da indústria de petróleo. Já a indústria de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis teve decréscimo de 5,7% no período, interrompendo o comportamento predominantemente positivo do setor desde março.

Dados da Petrobras mostraram que a produção de petróleo da companhia no Brasil somou 1,92 milhão de barris ao dia em agosto, 4,9% abaixo do nível registrado em julho. De acordo com a estatal, a queda se deveu a paradas programadas de plataformas no pré-sal e no pós-sal.

Além disso, o resultado da indústria foi afetado pela incêndio na refinaria de Paulínia, da Petrobras, em 20 de agosto, o que paralisou a unidade.

“O setor de refino foi impactado pela interrupção de uma importante refinaria. Houve ainda paralisações em derivados de petróleo, no setor extrativo”, disse André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE, ao divulgar os resultados.

Macedo disse que as paralisações foram importantes para o desempenho do mês, mas reforçou que as taxas negativas foram disseminadas. Outros impactos negativos sobre o total da indústria vieram de bebidas (-10,8%) e de produtos alimentícios (-1,3%), por exemplo.

Categorias

Das quatro grandes categorias econômicas acompanhadas pelo IBGE, duas registraram alta na passagem de julho para agosto. Bens duráveis, por exemplo, avançaram 1,2%. Bens de capital subiram mais, 5,3%.

O instituto chamou atenção para o fato de o segmento de bens de consumo duráveis ter crescido influenciada pela indústria automobilística. A categoria de bens de capital também cresceu de julho para agosto, em 5,3%, influenciada pela produção de caminhões.

“A produção de veículos automotores, reboques e carrocerias cresceu 2,4% e isso constribuiu para o resultado das duas categorias no mês”, disse Macedo.

Os produtores de bens intermediários, por sua vez, fabricaram 2,1% a menos em relação a julho. O desempenho é explicado pelo setor extrativo, em queda de 2%, com a menor produção do setor de petróleo. Também pesa um desempenho negativo da indústria metalúrgica.

Os bens semi e não duráveis, por sua vez, recuaram 0,6% em agosto, em comparação a julho.

Fonte: Aço Brasil