Consumo de aço no país deve subir 4,3% em 2013

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acoFonte: Valor Econômico

O consumo aparente de aço no país crescerá 4,3% em 2013 ante o ano passado, conforme projeções divulgadas ontem pela World Steel Association (Worldsteel), entidade internacional que representa a indústria siderúrgica. A alta deverá ficar acima da média mundial, que deverá ser de 2,9% no mesmo período.

Conforme a entidade, o consumo aparente, que contabiliza as vendas das usinas nacionais e as importações, deverá ficar em 26,2 milhões de toneladas no atual exercício. Em 2012, foram demandadas cerca 25 milhões de toneladas de aço no Brasil.

A expansão, segundo a Worldsteel, será viabilizada pela retomada dos investimentos, aliada à redução dos estoques de aço no país. Estes fatores deverão garantir também o incremento em 2014, que, conforme previsões da associação, deverá alcançar 3,8%, totalizando 27,2 milhões de toneladas.

Já as expectativas para a demanda global de aço apontam para um crescimento de 2,9% em 2013 na comparação com o ano passado. O volume consumido passará de 1,413 bilhão de toneladas para 1,454 bilhão de toneladas. Em 2014, as estimativas são de incremento de 3,2%, alcançando 1,6 bilhão de toneladas.

Em nota, o presidente do Comitê Econômico da Worldsteel, Hans Jrgen Kerkhoff, lembra que 2012 foi um ano de desafios para o setor, que registrou os piores resultados desde 2009. A demanda, por exemplo, caiu 6,5% em relação a 2011. O desempenho foi provocado pela instabilidade econômica internacional no período.

Já em 2013, segundo Kerkhoff, houve uma estabilização dos prinicpais riscos para a economia global. Entre eles, a crise na zona do euro, a perda de ritmo da China e o abismo fiscal nos EUA. Desta forma, a entidade espera uma retomada do mercado internacional no segundo semestre.

O crescimento será impulsionado pelas economias emergentes, que deverão registrar aumento médio de 3,9% na demanda em 2013 em relação ao ano anterior. Nestes países, incluindo o Brasil, o consumo aparente deverá alcançar 1,063 bilhão de toneladas, contra 1,024 bilhão de toneladas em 2012.

China – Somente a China, principal consumidor e produtor global, será responsável por 669 milhões de toneladas. O volume é 3,5% superior ao verificado no ano passado, quando somou 646 milhões de toneladas, conforme o relatório.

No Brasil, além de maior consumo interno e externo, as siderúrgicas poderão ser beneficiadas pelas medidas que vêm sendo adotadas. Uma delas é o fim da “guerra dos portos”, que alimentava a invasão de aço importado no Brasil. Alguns estados, para estimular o uso dos terminais, estavam desonerando o ICMS de produtos importados.

Para acabar com estes estímulos às importações, entrou em vigor neste ano a Resolução Nº 13 do Senado, que unificou a alíquota do tributo em 4% nas operações interestaduais com bens e mercadorias importados após o seu desembaraço.

A redução das tarifas de energia para o setor industrial, anunciada no fim do ano passado pelo governo federal, também terá efeitos positivos, uma vez que a siderurgia é grande consumidora do insumo, que representa um dos principais custos para o segmento.