Confiança empresarial tem 1ª alta em 5 meses

Início / Notícias / Confiança empresarial tem 1ª alta em 5 meses

Após quatro meses sem subir, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) avançou 0,6 ponto de maio para junho, para 92,6 pontos, informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV). Mas a alta não pode ser considerada sinal de retomada da confiança entre o empresariado, segundo Aloisio Campelo Júnior, Superintendente de Estatísticas da FGV.

Para analistas, indústria ficou estável em maio
Para ele, a confiança empresarial mostra-se estagnada em junho, à espera de alguma reação na atividade. Além disso, o aumento não compensa perda de 5,7 pontos acumulada do indicador, de janeiro a maio deste ano. Para ele, melhora no longo prazo na confiança do empresariado só seria possível impulsionada por notícia nova na economia – uma melhora mais robusta no mercado de trabalho, por exemplo – que possa tornar mais ágil a retomada da atividade.

Em junho, a confiança avançou em 65% dos 49 segmentos que integram o ICE. Campelo chamou atenção para o fato de que o indicador de confiança foi impulsionado por expectativas mais favoráveis, e não por alguma melhora nítida em avaliação do momento presente. De maio para junho, o Índice de Expectativas (IE), um dos dois sub-indicadores componentes do ICE, subiu 1,1 ponto, para 99,3 pontos, enquanto o Índice de Situação Atual (ISA) avançou apenas 0,3 ponto, para 89,9 pontos.

Outro aspecto preocupante, segundo o especialista, é a aparente imobilidade do ISA. O indicador de momento presente se posiciona na faixa de 89 pontos desde fevereiro do ano passado. “Continua nessa faixa, o que faz todo o sentido. A economia ficou parada ou está em queda. Ocorreu um efeito estagnação” disse.

Entretanto, no curto prazo, o ICE pode surpreender com taxa positiva, agora. Ele pode ser beneficiado por “reação cíclica” na atividade. A economia mostrou-se fraca nos primeiro e segundo trimestres, e é esperada reação mais expressiva de julho a setembro.

“O quadro internacional não é desfavorável” disse, citando o recente acordo firmado entre Mercosul e União Europeia. Ao mesmo tempo, ainda há condição de aprovar reforma da Previdência no primeiro semestre; e o Banco Central parece ter chegado à consenso de reduzir juros – duas notícias que poderiam diminuir cautela entre o empresariado.

Entretanto, ele não acredita que o ICE poderia mostrar taxas positivas contínuas em horizonte de longo prazo, caso não ocorra algum fator novo na economia.

Fonte: Aço Brasil